30 outubro, 2012

Remordimientos



Tenho vontade de tocar-lhe os cabelos.
Tenho um carinho de dedos guardado para esse dia...
Se não trouxer-me amor, dou-te minha língua.
Mas se o amor estiver lá, se enfim o céu da tua boca virar meu paraíso, esquece...
Pois por todos os dias morarei em teu pêlo, e vivendo-te, morrerei.
E amando-me, viverás.

Roda a viva




Por mais que eu sinta
Meus pés cansados
A dor me escapa
Enquanto espero

Porque eu caminho
A mercê do vento
Distraio minhas sandálias
E brinco com as pedras

O mundo me alcança
Em acordes maiores
Onde houver sol
Ali repouso minhas mágoas

Nem sempre a vida
é dança de roda
Mas rodar sobre a estrada
Ainda é sentir-se vivo.

26 outubro, 2012

A Poeta e o Passarinho I e II





A Poeta e o Passarinho I

-Ah! Passarinho...
Vem cantar junto do meu ninho!

-Ah! Lindo demais!
Mas se eu pousar, não canto mais...



A Poeta e o Passarinho II

Avistei as
asas de longe
Planando leve
quase a pousar
E o seu canto
triste e fagueiro:
Que tens de dor?
Que tens de dar?

De súbito
riso e compasso
Meu coração
a desejar
Venci o verbo
Ganhei poesia:
Em nosso ninho
podes voar...


24 outubro, 2012

Pedrita vai ao médico




De dois gestos
indigestos
Dança a luz
naquele bar
Tantos tempos
contratempos
Mas que viram
teu olhar
Outros olhos,
muitos olhos

teu luar...

(para Liana, no instante que passa)

17 outubro, 2012

Todo Pudor Será Castigado



Atravesso o obsceno para chegar ao teu lado
Pouso à direita, e repouso sem pressa
Há um olhar que contempla minhas asas
Há um pudor que me atira contra o galho
À guisa de poupar-me a voz

Deixo a aurora se aproximar com cuidado
Deixo que meu hálito penetre em teus hábitos
Em silêncio, apenas o arrepio dos mortais
E à luz que se aproxima, antevejo a janela
Aberta para o primeiro vôo

14 outubro, 2012

Por um gole de salmoura



Junto
Perto
Longe
Deserto
Solidão
Amor
Palavra
Gente
Cor
Deus
Mudança
Teus
Meus
Nossos
Nossas
Solidões
Solidão
Uma 
Solidão
Busca
Rua
Riso
Flor
Sol
Torpor
Emoção
Sim
Criação
Fim
Enfim
Vida

13 outubro, 2012



Assim como não sei se me queres
Assim como não sei
Assim como
Você

E depois só seremos nós
E depois só seremos
E depois

Não me peça para partir
Não me peça
Seja-me
Aqui


10 outubro, 2012

Às vezes, chovo



Os dias cinzas são

Nubladamente melancólicos



Descolorem a retina
E abrem a cortina
Para o espetáculo
Terapêutico



No palco, a dor de dentro
Sou meu próprio camarim



(tarde cinza, um soluço chora a chuva)

03 outubro, 2012

Dentro do Café Molhado



Dentro do café molhado
há um rio de lágrimas

Essa noite
Alguém pulou da ponte
Sem pagar a conta.

02 outubro, 2012

Desejo



"Passarinho nasceu pra voar. Pensamento, alento, asas de vida. Como um ninho abandonado, nossa casa, nossa lida. Como um pássaro que rompe a barreira do silêncio com seu voo. Minhas asas são palavras, e minha fala invade o nó existente entre as fronteiras de nós. O meu canto dilacera teus pulmões, desafia teus limites, e transcende o verso para nascer na poesia. Passarinho que não morre nunca: voa e sonha, liberta e crê."

26 setembro, 2012

Antes de Morrer



Antes de morrer
Eu pensava
Que os planos
Não eram só meus

Antes de morrer
Eu dormitava
E ouvia sempre
Qualquer sussurro de adeus

Antes de morrer
Eu me enganava
E acreditava
Nos olhos teus

Antes de morrer
Era antes de morrer
Agora é só ir só
Com passos ateus...

***

Depois do só
Vem o céu
Depois do céu
As estrelas
Depois das estrelas
O mar
Depois do mar
O amor
Depois do amor
Deus
E depois
Viver

***
Antes de Deus
Antes de morrer
Antes do amor
Antes de viver
Antes
Muito antes
Havia a palavra
Liberta
Em mim.



25 setembro, 2012

ma petite mort





A força abrupta dessa ânsia
Que me move
E se move em meu peito
Eu meu ventre
Em minha pele
Essa pálida sombra
Que ainda tenho
Do amar
Esse nó na garganta
E a vontade de te dizer
Tanta coisa ainda não dita
Tanto grito silenciado
Tanto riso
Podem passar
Nem o caminhão, nem o sol,
Nem o calor ou o tremor 
Das tuas mãos
Vão me impedir
De ver o céu
E morrer
Por três segundos apenas
Morrer em teus braços
E renascer na tua boca
Em cada palavra
Abrir os olhos
Pois que já és meu.


18 setembro, 2012

Noites Brancas



Ouço a tempestade gritar meu nome
E na ânsia de viver
Deixo as persianas abertas
Para que os clarões
Tragam fogos de artifício
Aos  meus sonhos
que já se avizinham

Espero que
Ao despertar
Passada a chuva
Eu possa desfrutar
Da santa ceia
Em teu seio

29 agosto, 2012

Bukowski Kiss


I'm just an old woman 
with these tired fingers
in my dirty hands
walking in this town

I'm just an old voice 
of the town
I'm the voice
and I'm the town

Don't worry about the words
words means nothing
and I am the nothing
I am the o

I'm just an old woman
In a dirty town
with my old eyes
walking in the dark

get out of my way.

19 agosto, 2012


SONETO DO AMOR À VAIDADE

Antes era o começo da mudança
Como uma chance de aprender amar
À luz da morte deixei de esperar
E fui perdendo as minhas esperanças

Mas o futuro, como a nos zombar
Pregando peça, brinca e diz que não!
Entrou de sola pelo meu portão
E em minha cama resolveu deitar

Diz que nao parte antes que eu lhe entregue
Cada palavra salgada de lágrima
Cada soluço guardado, profundo

E desde então a minha vida segue
Eu e o futuro, cheios de vaidade
Loucos de amor a devorar o mundo.

15 agosto, 2012

Deixe-me chorar a tua morte
sem silêncio ou culpa
deixe-me chorar alto
soluçar aos prantos
estou consada de misturar minhas lágrimas
com a agua do banho
eu quero senti-las em eu rosto
preciso chorar a tua morte
preciso viver a tua morte
preciso matá-lo
para sempre
deixe-me
chorar

13 agosto, 2012

Isso me dá falta de ar!


Um mergulho na solidão e você já não é o mesmo. 
Fortaleça seus pulmões, pois cada vez será necessário ir mais fundo. Até o dia em que não retornaremos à superfície.
Viver é a arte de esperar a morte sem temê-la, e aproveitar cada segundo enquanto a noite não chega, e beber cada gota de mel ofertado pela abelha rainha, e lembrar que somos feitos de carne, e sendo carne, invariavelmente feneceremos.
Um mergulho na solidão e você já não é o mesmo. Você é mais.

ÚLTIMO BEIJO

Disse-me adeus e me beijou. Na verdade parecia mais com um soluço bêbado do que um beijo, mesmo que fosse o último. Eu não conseguia nem mover as pernas, e ele já tinha atravessado a movimentada avenida. Parecia ter cronometrado o adeus e o beijo com as sinaleiras à nossa volta, só pra que eu não tivesse chance de dizer nada ou esperando que eu me atirasse por entre os carros. Eu não conseguia nem mover minhas pernas e já o imaginava com outra, no bar da faculdade, sorrindo serelepe com os colegas, como se não houvesse nada entre nós. Eu não conseguia nem mover minhas pernas e alguém já me empurrava, "com licença moça", e me dei conta de que eu tinha que tocar o dia, independente de que conseguisse ou não mover minhas pernas.
Quando cheguei em casa à noite, ele foleava uns livros, sentado no sofá. Levantou-se, e veio em minha direção com aquela seriedade que só os chatos conseguem manter em meio às tempestades. Quando parou na minha frente mirei e nem pensei. A bofetada estalou, e eu senti minha mão latejar no mesmo instante. Devia ter doído nele também, tamanha dor agora eu tinha nos dedos.
- Nunca mais me abandone daquele jeito.
E quando eu calei, o beijo não tinha mais gosto de soluço.

01 agosto, 2012

31 julho, 2012

Quando muito tempo



Quando tudo lá fora calar
Só o sopro do vento, cabelo moreno
Silêncio de dentro, desanuviar

Quando o calor dos dedos vencer
Tirar o mofo do cangote
Deixar o vaso de flores sobre a mesa

Quando acima do céu
Acima do mar, acima de tudo
O sol me aparecer de repente

Esse será o momento:
O meu momento
Doce e calmo, a seu tempo

O quando de pegar a estrada
O quando de chegar longe
O quando eu sou feliz!

(poeminha de volta às aulas...)

30 julho, 2012

Resto Manifesto




Agora ninguém vai morrer comigo
Agora a cama está vazia e meu peito
Não faz Tum, nem zum, nem nada
Agora é só a dor no meio do seio
E o soco no meio da cara
E o abismo de não querer
Agora é o só, que um dia foi sol
Agora é só dó de doer
Agora é o roer as unhas
E torcer pelo próximo.

Agora o resto é resto.

Alguém me junte, por favor.

22 junho, 2012


Enquanto o tempo
puxa meus cabelos
Percebo o vento

Não há lamento
por um momento

Por pouco, invento!

20 junho, 2012

Como se fosse calar



Ensaio a valsa para o teu retorno 
Amor, essa febre que me queima os lábios
Noturno, o suor do corpo, a guerra, a ferida

Tudo faz sombra em minha face
À noite, o canto tem gosto de lágrimas 
Esse pão amargo e sem fermento

Antes, era o beijo frio que me amolava
Hoje, eu amolo a faca que usastes
No meu coração que virou pedra

O amor, como o fio que atravessa a carne
O amor, que deixastes em coma em cima da cama
O amor, que levou meu sorriso para o fundo do rio

O peito pesa
e afasta da superfície esse cálice
de vinho tinto de sangue.


23 maio, 2012

Entre ir e vir


Ele disse chora
como quem diz ao vento
vai

E eu fui embora
Roubar uns sentimentos
ai

Esse pedaço
de aço
quem vai esculpir

Meu coração
cimento
E Deus a dirigir

Eu disse: fique
longe. Não vou
desistir

E o dia
fez-se noite
Açoite

Deixa o mundo vir.

17 maio, 2012

Janela fechada



Do lado de dentro
O caos terapêutico

Do lado de fora
Nada demais

O sol há de brilhar
sem que eu precise abrir as persianas

15 maio, 2012

De viver como autômato



    Cada lugar uma história diferente
    Cada dor, dói em lugares
    que a gente nem lembra que sente

    É duro levantar, andar, fazer coisas
    Às vezes fica difícil até respirar
    e caminhamos afogados pelas ruas

    Ninguém conhece o amor
    e passa por ele impunemente
    A vida não prega peças
    pois o palco é permanente

    Cada lugar
    uma história diferente
    e  em cada história
    uma vida. Viva!

07 maio, 2012

Por todo chorar


Choro pelo que podia ter sido, e não foi.
Choro pelos dias frios e pelas noites escuras .
Choro porque minhas mãos estão cheias de fel,
Meu rosto cheio de rugas
E meu coração cheio de pedras.
Choro, pois meus bolsos estão vazios,
e meus olhos cheios de pó. Choro.
E chorando hei de encontrar um caminho
E chorando hei de amar
Pois sou cheia de vida e de lágrimas,
E não me interessa viver uma vida sem dor.  

21 dezembro, 2011

A Janela de Jéssica



Andava inquieta.
Há algum tempo não tocava na comida
não olhava nos olhos
nem lembrava de Deus.

De vez em quando,
quando a calma vinha,
conseguia olhar o sol
através da janela.

Mas só de pensar
em voar novamente
as asas lhe doíam.

Tanto tempo na gaiola
que o que sobrou
foi só o pássaro.

Jéssica não estava mais.
Só a Janela ficou
Suspensa na parede...

25 novembro, 2011

Sorte



Tinha gosto
Tinha cheiro
Tinha um sonho bom, a palavra

Pousou no meu colo
Se aninhou
Feito ave, firme com as garras

Tinha a vida

Mas teu olhar
Teu olhar tinha tudo
E isso basta.

Nunca mais alçou vôo.

E diz-se até que, às vezes,
No escuro da noite,
Sozinho, escondido
Ele arranca algumas penas...

24 outubro, 2011

Mariposa



Minha versão de segunda talvez seja a mais nua -
Acho que vou me despindo no final de semana.
Das roupas, atiradas pela calçada
Resgato as peças que ainda me servem
E deixo os trapos pelo caminho
 
 
Ao olhar no espelho, reconheço as marcas da rua.
O cheiro do pó, a terra ainda molhada
Da chuva que não passa, aqui, dentro de mim...
Eu chovo, choro, me recomponho
E rego as flores para o próximo domingo.

18 outubro, 2011

fino da taça



Esvaziar a cabeça das idéias
e dar espaço ao sentimento
ao cheiro do álcool
ao fino da bossa
andar de bicicleta
e pelada
e na chuva
e ganhar um beijo
molhado
roubado
trocado
um pouco estalado
pão e dor
verso de tambor
e sair por aí
a dançar
a dançar
e esquecer
apenas esquecer
que fui borboleta
neste imenso salão
fui apenas a borboleta
que você viu cair
morta
estendida no chão.


Uma taça de vinho,

chega pra lá meu bem...

01 junho, 2011

Sobre a arte do desapego



É semelhante à dor do parto

mas um pouco menos colorida

A intensidade é flutuante

O barco segue


Mas depois daquele assalto

nunca mais fui a mesma...


Fiquei um pouco bandida.

E até hoje eu guardo uma máscara debaixo do travesseiro.


18 maio, 2011

Lágrimas no meio-fio



Lágrimas no meio-fio...
Vim bater aqui
na porta da tua casa
Escondida entre as árvores
pique-esconde de verdade

Lágrimas no meio-fio...
Te espero aqui
Com a boca entre os joelhos
que já foram teus
e que já foram meus

Lágrimas no meio-fio...
Escutando os passos
Não me escondo mais
O ranger de dentes
me entrega

Há gente na rua

01 abril, 2011

Abraça-me assim, até que eu não caiba mais em mim



Ventava na varanda
e como se não houvesse música
o vento me distraía...

Dura pouco o brilho dos meus olhos.
Sem luar, sem fantasia,
onde posso me esgueirar?

Mas teu corpo, imerso em mim
Esse sim, será meu fim!
E a razão do meu cantar!

02 janeiro, 2011

Do dia em que partimos em um barquinho de papelão...



E teve aquele encontro mágico
a grande noite dos olhos coloridos
Tal qual as três Marias, éramos um e mais
simbiose dos corpos e mentes

Nem chão nem céu, não havia limítes
A água invadia nossos sentidos
Acordamos pela manhã
Em um belo submarino amarelo

Viagem longa, os pés cansados
Nosso caminhar é diferente desde então

E devolvemos ao rio todos os peixinhos dourados
que trouxemos, nos bolsos, do ládo de lá...

29 dezembro, 2010

Tem sempre um tempo inverso



Quase sempre
descobre-se um lugar
novo pra ficar,
apenas deixar-se levar

para longe
ou para dentro:
tanto faz
você conduz

o infinito é inverso
invento moda
meu tempo é curto
e infinito é o universo

10 dezembro, 2010



Depois de toda a confusão histérica
que organizou -se em volta do corpo
ninguém viu passar a mulher
ou notou que no canto dos seus olhos
não havia sinal qualquer de lagrima ou dor.

Ninguém envelhece impunemente.
O tempo é duro, e constrói secadouros invisíveis
entre nossos dedos.
É por isso que mulher não gosta de vento...

13 setembro, 2010




Soneto do só

Depois foi só. O amor era mais nada
Sentiu-se pobre e triste como Jó
Um cão veio lamber-lhe a mão na estrada
Espantado, parou. Depois foi só.

Depois veio a poesia ensimesmada
Em espelhos. Sofreu de fazer dó
Viu a face do Cristo ensangüentada
Da sua, imagem – e orou. Depois foi só.

Depois veio o verão e veio o medo
Desceu de seu castelo até o rochedo
Sobre a noite e do mar lhe veio a voz

A anunciar os anjos sanguinários...
Depois cerrou os olhos solitários
E só então foi totalmente a sós.

(Vinicius de Moraes)

05 agosto, 2010



Se eu pudesse evitar essa vontade de ti.
Esse não entorpecer me enlouquece.
Se tivesse ao menos o desejo de velar-te,
mas não
Quero sempre mais e mais,
teu conforto, eu sei,
não é de verdade
É mais um colchonete que um porto
é um amanhecer sobre a cidade...

E por mais que eu te peça
que me deixes em paz
a cada olhar
eu vejo o branco dos teus olhos
eu sinto teu cheiro
e esqueço quem sou

Mas preciso andar
e saber o que alimenta minha triste poesia


Não há nada que o mundo ainda não tenha colhido em mim
Cada lágrima, cada pedra de sal
Cada esfera, glóbulo ou óvulo quem tenha brotado em minha verve
É do mundo e nele está.

Me resta agora o ver-te e esperar-te
Chegar ao leito do rio
Banhar-me em sua nudez
E rumar ao céu

Sem paradas ou pedágios
Sem prenúncios nem presságios

Apenas ver-te
E ter-te
E ser-te
Como és
e como sou.

03 agosto, 2010

do amigo




Quantas noites não dormidas
em tua compania...

Quantas noites,
tão bem vividas!

Manhã nascendo
esquece o sereno
que o bicho papão
não vem hoje não

E de dia
amor e prosa:
repatir o pão

Basta uma chamamento
de mente e coração
amigo: te escolho irmão!

(para Catiuci e Rafa, com os braços sempre abertos...)

31 julho, 2010



Cavoco no baixo ventre, equilatero coração,
um motivo para teu perdão...

Bendito é o fruto do teu ventre seco.
Amém.

27 julho, 2010

taberneiro também pensa...




"Vai saber o que se passa na cabeça dessa gente... Vivem inventando um jeito de se amar! Têm sempre um trago esperando, alguma amizade e um assunto amplo, daqueles que podem durar a
noite inteira. Cruzes! E quando começam a cantar, há um repertório infinito, cada um lembra mais canções que o outro. Mas o que passa na cabeça dessa gente, gastando todo esse tempo com teorias que não se desenvolvem, com manhãs que não acordam, e com essas noites que não têm fim? Por que não sossega um pouco, essa gente? Que mania de madrugada acesa essa...."

25 julho, 2010




pode ser que haja algo além da estrada
pode ser
mas não há de ser melhor ou maior
do que o sonho que eu carrego pelo caminho

pode ser que depois de tudo eu consiga ser mais
pode ser
mas não acredito que possa avançar tanto assim
apenas sonho e sigo

crer em mim e em meu amor
a esperança no milagre
basta estar acordado
para o sonho se realizar

13 julho, 2010




Dentro do espelho, devaneio

Atravesso

A cada linha um tropeço

Sou eu quem meço

O tempo não vê tantas linhas

Apenas se esvai

Sigo refém de meu silêncio

E à procura de meu cais...