18 junho, 2020
EU PROCURO ALGUÉM PARA COMPARTIR O SILÊNCIO
Eu procuro alguém para compartir o silêncio.
Eu procuro alguém para compartir?
Eu procuro alguém?
Eu procuro?
Eu?
Que silêncio?
PRIMEIRAS SAUDADES DE AMAR
Do abraço que entra por baixo da jaqueta, no inverno. Esquentar as costas na conchinha da manhã. Colocar o ouvido na boca. Esquecer que há vida lá fora. Se perder no dentro do Outro.
26 maio, 2020
SAL DE QUARENTENA
O choro é tanto
Que tenho até uma toalha específica para o pranto
E às vezes ainda uso o pano de prato
Quando a questão é mais urgente
28 março, 2020
EU PROCURO UM POEMA TRISTE
Eu procuro um poema triste
que fale sobre além da falta de futuro, além da falta de passado
Um poema sobre as sobras do presente
Eu procuro um poema triste
que me faça dessentir no estômago essa vertigem da queda, com palavras e gestos que nos façam arremeter
Eu procuro um poema triste
que fale sobre como esquecer o que não já não se lembra mas que vive na gente
como um beliscão atrás do esterno, no peito, em frente o coração
Eu procuro um poema triste
Um poema que chore com os dois olhos
Que seja triste
É cálido
E calmo
E quente no final
Como uma fogueira
ou uma xícara de chá.
09 março, 2020
PRELÚDIO PARA O BOM INVERNO
Quanto a ti
Queimei todos
os teus livros
Em uma única
longa noite de verão
Comendo sorvete
Em frente à lareira
Deixei arder
Folha por folha
De toda tua coleção
O vento alimenta
A chama
Fogo que inflama
Meu coração
Que não é colecionável:
Uma brasa.
Queimei todos
os teus livros
Em uma única
longa noite de verão
Comendo sorvete
Em frente à lareira
Deixei arder
Folha por folha
De toda tua coleção
O vento alimenta
A chama
Fogo que inflama
Meu coração
Que não é colecionável:
Uma brasa.
09 janeiro, 2020
Duas Gotas D'Água
Ouço do firmamento um canto para o fim de tarde. Duas gotas de suor percorrem meu rosto por caminhos já percorridos, veios vários de rios infinitos. O sal das lágrimas tempera-me nas horas quentes e as gotas fartas de suor agora me rasgam e regam em vão a pele que habito. O tempo arde e algumas rugas rejuvenescem meu corpo. Um resto infindo de sal do mar que ainda insiste do último banho. A onda, o vento, a falta de riso. O sol se põe e eu me posto verde e aberta para nosso próximo encontro. É nadar ou morrer.
Eu respiro.
Eu respiro.
27 novembro, 2019
ESTA NOITE DORMIREI COM TUA CAMISETA
visitou-me
na forma de um vento
uma saudade
um sopro de dor
da distância que a janela não alcança
teu corpo me esquece
incessante e calmo
o meu se aquece
te recorda
estremece
e durmo com tua camiseta
aquela
que furou na última visita.
19 outubro, 2019
O Cio da Rosa
De manhã
Como tuas pétalas
Desjejum amoroso
Acordo meu corpo com a tua carne
Dentro, em mim
Saciar a fome.
À tarde
Te açoito meu caule
O roçar dos espinhos
Como quem coça
Alívio da pele
Relaxar o tônus
Desnudar o corpo.
À noite
Te perfumo
Com meu hálito
Faço do teu gozo
Meu hábito
E por fim te habito
Sem pétalas, sem folhas, caule ou espinhos
Somente um pedaço de terra, um aroma, uma semente perdida na aurora, à espera de germinar.
Fazer
Brotar
Diariamente
Todas as
Formas
De amar
E reinventar
A cada dia
Nosso jardim.
29 julho, 2019
PRA VIAGEM
Eu poderia passar horas, dias, anos
adjetivando a tua pessoa
E ressaltado o quanto és
atraente
envolvente
reluzente
inteligente
e sagaz
E poderia intensificar tudo
com qualificações adverbiais
de primeiríssima escala
e potencializar tudo
o que é latente
Poderia dizer que
não foi apenas o ar que me fugiu
O mar que me sorriu
O luar que se esbaldou em tua beleza luminescente
E que o simples fato
de te ver
reduz os infinitos gestos de espera
e de desejo
que eu mesma armadilho
pelo caminho
Eu poderia dizer que a idade
não é e nunca será um problema
Porque o amor não é questão de tempo
e sim de
eternidade
Poderia te dizer que da primeira vez que
repousei meu olhar em tua silhueta
foi como se eu mesma me encotrasse a mim
Porque o amor é como um desmemoriado
que em looping procura seu próprio abismo
e se depara sempre com o próprio umbigo
Eu poderia sim
e te contar tantas histórias quanto fosse possível
Como a formar em apenas uma as mil e uma noites
Realocando as dobras de meu ser em teu ser
como num jogo de quebra-cabeças
Eu poderia escrever-te as canções
Que te dediquei
na juventude
E te dedicar as canções que escreverei
em mim apenas com a pétala do teu olhar
Os melhores versos que as palavras podem gestar
Elaborar-te comícios de amor
Poderia deixar meu corpo
se emocionar
com a presença do teu corpo
Como se nunca houvesse um tempo de distância entre nós.
E no entanto
por enquanto
eu quero
apenas
um café
mas pode
ser pra viagem.
28 março, 2019
18 março, 2019
AS ILUSÕES DA FALA: DESGASTE
Essa fala excessiva
é um entrave.
A língua tropeça, cansada
entre os dentes
e não há fonemas
o suficiente...
É uma metástase de palavras
Uma grande cortina de fumaça
a disfarçar as notas claras do meu coração
Como um mágico que brinca
Com o público
E esconde o segredo na mão!
Mas no teu silêncio - amor -
Vislumbro e busco
incansável
Outros modos de usar a boca.
é um entrave.
A língua tropeça, cansada
entre os dentes
e não há fonemas
o suficiente...
É uma metástase de palavras
Uma grande cortina de fumaça
a disfarçar as notas claras do meu coração
Como um mágico que brinca
Com o público
E esconde o segredo na mão!
Mas no teu silêncio - amor -
Vislumbro e busco
incansável
Outros modos de usar a boca.
15 janeiro, 2019
ESCREVER PARA ESQUECER
Todos os poemas de amor
que eu não fiz pra você
serão publicados
São centenas de versos
Sobre mim e minha pele
Em outras peles
Outros corpos que não o teu
Tantos anos tentando
Te esquecer
E só o que eu consegui
Foi escrever um livro
04 dezembro, 2018
26 outubro, 2018
SEMEADURA
A solidão tranquila da primeira lágrima
nascente de torrentes infinitas
surge na face do poeta
após longo período de estiagem
Agradece com alegria a chuva
e se joga em forma de semente
na espera da germinação
para o próximo poema
Plantar para colher para plantar
em ciclo infinito
de prosa poética telúrica
Amar a terra, usar os dedos
sentir a umidade de cada verso
fecundar feliz a página em branco
29 agosto, 2018
ONDE NASCEM OS POEMAS
Ali
Entre um cotovelo e outro
Dentro do teu abraço
Na altura do teu peito
Onde deitei meu coração
Ali fiz um ninho poético
E todas as noites
Antes de dormir
Recolho versos
Para o poema em contrução
Da nossa vida a dois...
25 maio, 2018
POEMA PSIQUIÁTRICO
Por medidas de segurança, todos os meus poemas já nascem com problemas psiquiátricos.
O poema que não me causa estranhamento não cumpre seu papel revolucionário, no sentido de me revelar novos sentidos, sentimentos ou idéias. O poeta é um alquimista das palavras, e pode/deve usar suas essências para causar reações, ao menos neuroquímicas.
O poema que não me causa estranhamento não cumpre seu papel revolucionário, no sentido de me revelar novos sentidos, sentimentos ou idéias. O poeta é um alquimista das palavras, e pode/deve usar suas essências para causar reações, ao menos neuroquímicas.
23 maio, 2018
ESQUERDA MARGINAL
Homem de bem: eu vos digo
Com orgulho e consciência
Que a esquerda é feita, realmente
por e para quem vive
À margem
À margem da sociedade
Fora do sistema social
E dentro do sistema prisional
Gente com fome e sem nome
Que se devora e que se consome
Eu sou da esquerda que atravessa a margem
Transita nas margens
A esquerda borderline
À margem com a crase bem cravada
Cavocada na miséria
Eu sou da esquerda marginal
Resgate: somos linha de costura
E não de arremate
Na borda é que a gente resgata
Um pouco de vida
E talvez, quem sabe um dia
Um tanto de dignidade.
08 maio, 2018
TAVA PRECISADA ERA DE MAR
Tava precisada era de mar...
Mar aberto para uns pensamentos largos
Mar manso para os sentimentos barcos
Maré baixa para regular as cheias do meu coração
Marulho nas canelas, fazendo cócegas e rimas dos meus passos em falso
E passeando, caminhar, de mar a mar
Amar o mar, no mar amar
E no silêncio:
Marejar
Tava precisada era de amar.
Mar aberto para uns pensamentos largos
Mar manso para os sentimentos barcos
Maré baixa para regular as cheias do meu coração
Marulho nas canelas, fazendo cócegas e rimas dos meus passos em falso
E passeando, caminhar, de mar a mar
Amar o mar, no mar amar
E no silêncio:
Marejar
Tava precisada era de amar.
15 abril, 2018
AMOR SEM CARNAVAL
Ela dança toda linda e decotada
Na janela da sacaca
Esperando ele passar
No espelho vai deixando a juventude
Em cada giro uma virtude
Em cada salto um olhar...
Na janela da sacaca
Esperando ele passar
No espelho vai deixando a juventude
Em cada giro uma virtude
Em cada salto um olhar...
Ela chora porque não teve coragem
De abrir uma passagem
No seu duro coração
Pra que a vida lhe trouxesse um seu amor
Sem razão e sem pudor
Ela teme uma paixão!
De abrir uma passagem
No seu duro coração
Pra que a vida lhe trouxesse um seu amor
Sem razão e sem pudor
Ela teme uma paixão!
E eu que vejo todo dia ela passando
Como o sol, iluminando
Minha vida tão igual
Também choro por querê-la em segredo
Pois ainda tenho medo
Desse amor sem carnaval.
Como o sol, iluminando
Minha vida tão igual
Também choro por querê-la em segredo
Pois ainda tenho medo
Desse amor sem carnaval.
14 abril, 2018
DO AMOR SÓBRIO
Não serei grande amor
Posto que já esgotei minha cota de exageros
(Nesta vida)
Posto que já esgotei minha cota de exageros
(Nesta vida)
Não serei chuva de bençãos, porque não tem plano nem promessa, mais
Não suportaria nada por ti, antes por mim, e sempre pelo mundo
Mas
Porém
Contudo
Todavia
Porém
Contudo
Todavia
Ainda guardo uma caixa de silêncios
Pode ser que tenha alguns sorrisos lá dentro, esquecidos junto de tantos silêncios, guardados
Pode ser, porque não há garantia
Sorrisos novos, ainda sem uso
Daí pode ser
Pode ser, porque não há garantia
Sorrisos novos, ainda sem uso
Daí pode ser
O que tem mesmo (de sobra) é suor
Com o qual poderás salgar tua carne para conservar algumas naturezas.
Com o qual poderás salgar tua carne para conservar algumas naturezas.
04 março, 2018
07 novembro, 2017
DISPARATE
Eu, que sempre faço as perguntas erradas...
Escondo respostas ou sofro calada?
Eu, que da vida não levo mais que a estada,
pois leve é a alma de quem é caminhada.
Eu que não corro, não nado, não morro, invento cilada?
Eu mesma respondo: eu não, eu nada.
24 agosto, 2017
Canção para o Broto
Verso de amor a gente colhe direto do pé, da boca, dos olhos, das mãos, são doces e suculentos, alimentam alma e coração. Verso de amor que nasce assim da terra, sem aviso, semente em solo fértil, germinada na canção!
04 agosto, 2017
24 julho, 2017
20 julho, 2017
28 maio, 2017
31 março, 2017
NO EXCUSES
to write
to love
to love a writer
to write a love
to write a love with a writer
to love my write
to love
my best writing.
to love
to love a writer
to write a love
to write a love with a writer
to love my write
to love
my best writing.
24 março, 2017
22 fevereiro, 2017
TO LOVE SOMEBODY OU COMO AMAR O RIO DA IMPERMANÊNCIA
e como já não amasse mais tinha uma necessidade ainda maior de amar novamente
mas seria um erro perder a chance de seguir só em sua
jornada já milenar de atravessamentos
e porque já não amava mais andava leve e
sempre em busca
nunca encontrando nada que movimentasse seu interior
a carne
já não tremia
e já que não faz questão de amar encontra sempre um motivo para
a satisfação do prazer seguinte
mesmo sabendo que nunca será o momento
seguinte até que aconteça algo
e que seja doce
voraz e impermanente
e se já não há
amor como prever o momento
a dor e a demanda?
e como não amando
não querendo
não desejando
morre a cada instante era inevitável que amasse
imensuravelmente.
13 fevereiro, 2017
Do Amor na Pós Modernidade
O amor pós moderno
Não respira
Não toca a terra
Não cria raiz
Não recicla
Não fica
Não nada
Evapora
Entorpece
Queima
E desaparece
Descartável
Pós Líquido:
É amor volátil
29 janeiro, 2017
Dos Sonhos Inéditos
Enquanto velo teu sono
És o poema
Sem querer te adorar
Te alcanço
Tudo é vida, amor e paz
Até o próximo despertar
Enquanto velo teu sono
O amor possível
Velo
Vejo
Meu sonho
Enquanto amar
17 janeiro, 2017
A PROMESSA (Todo porto é também Mar)
Tão azul que de azul nem se lembra
mar alto, céu, centro
a vida era movimento
e cores
nunca mais
fotografo a noite
a morte de quem ama
o futuro acabado, posto, dado
Tão seu que de mim já nem se lembra
lenda, linda!
A flor da tenda
Azul
11 janeiro, 2017
08 novembro, 2016
DAS SUTILEZAS
Além do amor
a alegria também é subversiva
e te alimenta
ao invés de te devorar
Mas para além tudo
o amor é
irresistível.
11 outubro, 2016
14 setembro, 2016
DESEJO
Enquanto ela borda
eu ouço as estrelas:
também todas se tecem.
Também nós desenhamos
no céu, a vida.
Enquanto bordas
enquanto estrelas
enquanto vivas!
*para o dia de teus anos, minha filha. Feliz Aniversário!
12 setembro, 2016
Das Vontades (Utouchable)
De dividir
tudo contigo
De te incluir
em todas as minhas orações
De te despir
lentamente, ao som de Antonio Carlos Jobim
De te dizer palavras
todas, em desordem de tamanho, numero e grau
De te deitar entre meus seios
como camafeu, adornando o invólucro do meu coração
De te conservar
inteiro, intacto, instante, in versus
De te ser
amor, apenas.
06 setembro, 2016
Entre Pausas *ALERTA: Esse poema contém uma trilha sonora
E se o amor for desmemoriado?
Estaremos sempre buscando o caminho de casa,
adivinhando feijões deixados pelo caminho,
no eterno retorno-busca-processo...
Contando as pedras, as perdas, as bundas
Gozando as palavras
Seguindo sorrisos
Conservando
os sentidos
os abraços
os afetos
as horas
sempre as horas, Leonard.
TRILHA SONORA:
https://youtu.be/bivzkH4g1ao
28 agosto, 2016
Manifesto Latente
O poetas, os poetas mesmo
aqueles de atar no coração
eles roubam os outros poetas
e roubam das outras histórias
e roubam até de si mesmos
loucos, sábios e vorazes
sabem que pra esse tipo de pecado
o perdão já vem na gênese
que com amor e com palavra
nada é tão pecado assim
se até os beijos podem ser roubados
o que se dirá da palavra
Poetas do mundo:
Uní-vossas línguas!
Poetas do mundo:
Uní-vossas línguas!
09 agosto, 2016
SÊ
O rosto molhado
Denuncia o mistério
Lágrima ou suor
Não se sabe
O coração avisa:
Deixa cair
Virar semente
Fecundar a terra
Nas mãos do poeta
Destilar a dor
Destilar a dor
Tudo brota
Vira palavra: labor
07 abril, 2016
RECORTE
a língua mansa
avança
sem pedir licença
cada palavra
da cobra
o bote
meu recato
não resiste
teu decote
pula na nuvem
lambe o céu
roça o paraíso
a língua
viva
04 abril, 2016
PE(r)DIDO
Pudesse
Deixava ser posse
Deixava o meu fosso
Deixava de ser
Na posse, não posso
Pedido bandido
Banhado em silêncio
No amanhecer
Como não bastasse
Não fosse o destino
Pudesse, menino
Amava você!
03 agosto, 2015
22 julho, 2015
Enquanto Casa
A alma é como uma casa de madeira, que faz barulhos com as mudanças de temperatura. O importante é sempre lembrar que não são fantasmas: são os nós do tempo.
Das Águas Passadas
Nos momentos em que me desalmo, deságua em meu peito um rio nostálgico de saudades e fantasias. Alguns aromas de cânfora e mel, uns bons goles de um doze anos, alguns acordes macios que lembram navios nos dias de vento. Enfim, momentos...
Desalmar o peito, desnudar a carne, desde que eu mantenha a mim mesma no centro.
06 julho, 2015
Blues Acordes
Algumas estrelas
De tempos em tempos
Pousam, como aves
Entre meus dedos
Querendo tocar
O meu violão.
Azulam de medo
No primeiro instante...
Não morrem: eternam-se
E divam brilhantes
Dormem estrelas
Acordam canção
13 junho, 2015
22 fevereiro, 2015
26 janeiro, 2015
CATALEPSIA
amor
é gatilho
pra morte
e
pra minha
sorte
há tempos
eu faleci
nos tempos de paz
não amar
será viver
e na vida
ser
sempre
só
e
no amor
somente
ser
31 outubro, 2014
Das Vidas
"Noite de vento, noite dos mortos..."
(Érico Veríssimo)
"Minha vida, meus mortos
Meus caminhos tortos..."
(Secos e Molhados)
Em certas épocas do ano
(Não sei se de vento ou de flores)
Alguns fantasmas aparecem
A me visitar
Com os mortos eu até converso
Sobre amores, de carinho ou gratidão
Mas com os vivos,
Faço questão de reforçar-lhes
A invisibilidade...
Alma louca
Candeia pouca
Meus vivos primeiro.
07 outubro, 2014
Baisers et des Caresses
Entre tantos olhos
Todos os olhares foram teus
E nos teus abraços
Encontrei meus braços
Engoli o adeus
Entre teus sorrisos
Prometia o dia
Na linda manhã
Calor, alegria
Eu senti na pele
Qualquer coisa vã
Entre tantos beijos, suspiros e mantras
Me perdi
Nos teus.
22 setembro, 2014
Da Fome
E se não for de dor
De se entregar
Nem tente
Que amor é
Prato que se
Come quente
Lambusando a cara
E sujando
Os dentes
Amalá dos deuses
Que se manipula
Com as mãos
E levando
À boca
Vai pela garganta
Faz caminho certo
Ao coração
Se não for de dor
De queimar os lábios
E de se entregar
Se não faz salivar
Não me apetece
Se não é amor
Esquece
Que minha fome é grande
Mas meu
Coração
Maior ainda...
02 setembro, 2014
Nothing But The Blues
Like old friends
Me and my pain
With hold hands
Again...
It's another
Ordinary story
But that's my party
There's no glory
And love was not invited...
20 agosto, 2014
Do Tempo
eu te espero entre as arvores secas do outono
e meus olhos invernam teu corpo
tu vens!
escuto de longe o farfalhar de teus passos
entre as folhas secas que descolorem o caminho
tu chegas calmo
sobejo, como uma brisa de verão
desfolha entre meus dedos
a esperança de uma primavera farta, silenciosa e feliz
amanheço, desabrochada
e já nem sei do tempo de sol ou de semente:
o tempo é de ser
13 agosto, 2014
Sala de Espera
Teu riso invade
Minha alma
Que andava
Bocejada
E o corpo agita
Como se fosse
Hora de acordar
Desperta, amor:
Despertador!
12 agosto, 2014
02 agosto, 2014
Enquanto Lágrima
Eu carrego uma saudade recém parida nos braços enquanto gasto o tempo de ser só
Tempo de não ter dó nem dor
Porque enquanto só: amor
01 julho, 2014
Poeminha pra um Dia Pequeno
O que é um pontinho de luz
em um dia cinza e pequeno?
Um poema engraçadinho
ou um copo de veneno!
Bebe do poema, boba!
Já basta a vida que mata
Bebe de pouco, devagar
Sorrindo ou chorando
Até se afogar
Bebe o poema de um gole
Que o mais
É besteira
É só acordar!
Bebe do poema bobo
Que pequeno nesse mundo
É dormir e não sonhar!
05 junho, 2014
A Hora Infame
Eis o vazio
Sem dor
Sem dó
Preenche
O espaço
Da fé
Na outra margem
Eu
Preenchendo-me
Com lápis, papel
E tesoura sem ponta
- Garçom, por favor: a conta.
11 abril, 2014
Armadilha
Meu coração
É uma casa
Sem portas
Onde só entra
Quem sabe usar
As janelas
Conservo as
venezianas
sem tramelas
Mas cuidado:
Não há
Saída de emergência
03 fevereiro, 2014
Vive la Resistance!
A vida persiste, resiste, insiste!
Não pede passagem, quiçá fica triste!
Cantando a canção, a alma em riste!
A vida que segue! A vida que existe!
08 janeiro, 2014
Pretexto
"E deste modo, insistindo em manter as despedidas em dia, galgando espaço entre as gargantas e os folhetins, tirando o sono de quem já não dorme, como um engasgo, um gole de vácuo, um resto de pele morta esquecida no fundo da banheira, eu que já não tomo café, que já não tomo remédios, não tomo vergonha, sigo a esperar, já não acordo, de acordo, sem cordas, mas sim, tudo pode ser esquecido."
03 janeiro, 2014
26 dezembro, 2013
Outro Passo
Partir
Em marcha
Sob a perspectiva
De um caminho
Linear
À sorte de ir e vir
Ao norte
A morte, dispensada
Navego ao gosto do vento
Equilibrando-me
Remo
Sem rumo
Eu canto
Para o próximo
Parto
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