Geralmente, tropeço. É característico: um desajeito no caminhar, como se nunca firmasse a marcha, como se ainda ensaiasse os movimentos de um pé depois o outro. Quando em reta, corpo inteiro, desabo em mistérios no asfalto do chão. No declive, me esguio e surfo à baila de espiral e vento. Nos degraus ascendentes, cuidado permanente em manter presos, na boca, todos os dentes.
Mas o pulso firma, me ergo, e ao ver a sombra do meu corpo em movimento, lutando contra a gravidade, penso que grave mesmo é cair e ficar estático. Enquanto houver sol haverá sombra, e haverá luta, e eu seguirei, com um pé após o outro, aprendendo caminhar.
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