O meu desejo é como a força da manhã invadindo a madrugada
Deixando um rastro de luz e de espanto e de resistência por
onde passa
Deixando os ébrios corpos à mercê da hora amanhecida
O meu desejo brinca de menina, de menino, de bandido
Não tem nada o meu desejo
Pois que gosta da verdade e escancara a voluptuosidade de
cada olhar
O meu desejo morde a tua carne sem saber-se vegetal
Como um nó na garganta
O meu desejo é a salamandra que cura e fere
O meu desejo vem de longe
Muito antes do tempo de ter tempo
Vem de terras claras e mansas
Ganha corpo no teu cenho
E deságua na nascente da tua verdade
Mar infinito de desejos
Que a mim é dado com ausência de corpo, de voz e de sentido
Que a mim é dado como uma vaidade íntima e etérea
O meu desejo é o teu desejo
E moram todos
Na liberdade.
5 comentários:
Escreveste quando esse, minha amiga?
Parece ler meus pensanentos...
Lindo!
Roberto Linck
Em Novembro, Roberto!
Estava eu apaixonada... Como sempre! Hehehehe!
Muito lindo
Muito lindo
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