29 agosto, 2012

Bukowski Kiss


I'm just an old woman 
with these tired fingers
in my dirty hands
walking in this town

I'm just an old voice 
of the town
I'm the voice
and I'm the town

Don't worry about the words
words means nothing
and I am the nothing
I am the o

I'm just an old woman
In a dirty town
with my old eyes
walking in the dark

get out of my way.

19 agosto, 2012


SONETO DO AMOR À VAIDADE

Antes era o começo da mudança
Como uma chance de aprender amar
À luz da morte deixei de esperar
E fui perdendo as minhas esperanças

Mas o futuro, como a nos zombar
Pregando peça, brinca e diz que não!
Entrou de sola pelo meu portão
E em minha cama resolveu deitar

Diz que nao parte antes que eu lhe entregue
Cada palavra salgada de lágrima
Cada soluço guardado, profundo

E desde então a minha vida segue
Eu e o futuro, cheios de vaidade
Loucos de amor a devorar o mundo.

15 agosto, 2012

Deixe-me chorar a tua morte
sem silêncio ou culpa
deixe-me chorar alto
soluçar aos prantos
estou consada de misturar minhas lágrimas
com a agua do banho
eu quero senti-las em eu rosto
preciso chorar a tua morte
preciso viver a tua morte
preciso matá-lo
para sempre
deixe-me
chorar

13 agosto, 2012

Isso me dá falta de ar!


Um mergulho na solidão e você já não é o mesmo. 
Fortaleça seus pulmões, pois cada vez será necessário ir mais fundo. Até o dia em que não retornaremos à superfície.
Viver é a arte de esperar a morte sem temê-la, e aproveitar cada segundo enquanto a noite não chega, e beber cada gota de mel ofertado pela abelha rainha, e lembrar que somos feitos de carne, e sendo carne, invariavelmente feneceremos.
Um mergulho na solidão e você já não é o mesmo. Você é mais.

ÚLTIMO BEIJO

Disse-me adeus e me beijou. Na verdade parecia mais com um soluço bêbado do que um beijo, mesmo que fosse o último. Eu não conseguia nem mover as pernas, e ele já tinha atravessado a movimentada avenida. Parecia ter cronometrado o adeus e o beijo com as sinaleiras à nossa volta, só pra que eu não tivesse chance de dizer nada ou esperando que eu me atirasse por entre os carros. Eu não conseguia nem mover minhas pernas e já o imaginava com outra, no bar da faculdade, sorrindo serelepe com os colegas, como se não houvesse nada entre nós. Eu não conseguia nem mover minhas pernas e alguém já me empurrava, "com licença moça", e me dei conta de que eu tinha que tocar o dia, independente de que conseguisse ou não mover minhas pernas.
Quando cheguei em casa à noite, ele foleava uns livros, sentado no sofá. Levantou-se, e veio em minha direção com aquela seriedade que só os chatos conseguem manter em meio às tempestades. Quando parou na minha frente mirei e nem pensei. A bofetada estalou, e eu senti minha mão latejar no mesmo instante. Devia ter doído nele também, tamanha dor agora eu tinha nos dedos.
- Nunca mais me abandone daquele jeito.
E quando eu calei, o beijo não tinha mais gosto de soluço.

01 agosto, 2012