30 julho, 2013

Cética Lágrima

 

Os olhos aprovam sobejo futuro
Sonhado, passado, o sonho despido
Não guardam rancores, sossegam de cama
Descartam amores vorazes e ambíguos
 
Os olhos merecem mais vida, mais cores
Atrasos, recortes de um corpo varão
Acordam cansados no meio da noite
Bocejam a paz dos que nunca virão
 
Meus olhos, guardados no bolso da calça
Tentando esquecer, não te ver, não sentir
Os meus outros olhos, o lar dos adeuses
Os olhos que nunca me deixam sorrir
 

06 julho, 2013

ESTRATAGEMA



Guardei uns versos no bolso,
para o caso de emergência,
e me fui.

Às vezes, escapo da morte porque sou ligeira. 
Noutras, pelo simples fato de estar em movimento.
Mas o que eu mais gosto é quando sobrevivo pelo milagre poético...

Mastigo o poema, 
ruminando um gosto de vida, 
celebrando o dado momento.


03 julho, 2013

Duas Casas

 

Na delicadeza
do encontro
há lugar
para o regozijo
 
Em casa
lugar do retorno
há mares
há morros
 
Sem anjos:
A delicadeza é um sol que me renasce.