Os olhos aprovam sobejo futuro
Sonhado, passado, o sonho despido
Não guardam rancores, sossegam de cama
Descartam amores vorazes e ambíguos
Os olhos merecem mais vida, mais cores
Atrasos, recortes de um corpo varão
Acordam cansados no meio da noite
Bocejam a paz dos que nunca virão
Meus olhos, guardados no bolso da calça
Tentando esquecer, não te ver, não sentir
Os meus outros olhos, o lar dos adeuses
Os olhos que nunca me deixam sorrir