07 maio, 2013

Síncope



E porque chegastes assim
De assalto, roubando-me
O pouco fôlego
Que os cigarros e as noites
de pranto me deixaram
 
E porque não me cobrastes
Nada além do ar, do mar
Do amor que pode existir
Entre dois corpos
 
E porque meus olhos
Quedaram-se mudos nos teus
E minha boca cala-se
diante de tua vontade
 
Porque reconheci em teus gestos
O mesmo desejo de viver sem dor
 
Eu, livre, vaga, leve
Deixo que o céu se imponha
 
Leva-se da vida
O que há de belo
 
Leva-se amor
Nada mais.
 

Nenhum comentário: