05 agosto, 2010



Se eu pudesse evitar essa vontade de ti.
Esse não entorpecer me enlouquece.
Se tivesse ao menos o desejo de velar-te,
mas não
Quero sempre mais e mais,
teu conforto, eu sei,
não é de verdade
É mais um colchonete que um porto
é um amanhecer sobre a cidade...

E por mais que eu te peça
que me deixes em paz
a cada olhar
eu vejo o branco dos teus olhos
eu sinto teu cheiro
e esqueço quem sou

Mas preciso andar
e saber o que alimenta minha triste poesia


Não há nada que o mundo ainda não tenha colhido em mim
Cada lágrima, cada pedra de sal
Cada esfera, glóbulo ou óvulo quem tenha brotado em minha verve
É do mundo e nele está.

Me resta agora o ver-te e esperar-te
Chegar ao leito do rio
Banhar-me em sua nudez
E rumar ao céu

Sem paradas ou pedágios
Sem prenúncios nem presságios

Apenas ver-te
E ter-te
E ser-te
Como és
e como sou.

03 agosto, 2010

do amigo




Quantas noites não dormidas
em tua compania...

Quantas noites,
tão bem vividas!

Manhã nascendo
esquece o sereno
que o bicho papão
não vem hoje não

E de dia
amor e prosa:
repatir o pão

Basta uma chamamento
de mente e coração
amigo: te escolho irmão!

(para Catiuci e Rafa, com os braços sempre abertos...)