18 março, 2009

antes do dia nascer



Dessa estrada carrego apenas a palavra
ouvida e sentida, com o revés do tempo
deixo as mágoas e as mágicas
as pedras e as pérolas
amores, humores e o que mais pesar

Dessa estrada, nada quero em meus ombros
apenas o peso do sol
rasgando minhas costas
nuas de arrependimento
seca é a lágrima
muito sal no pensamento

Dessa etrada nada resta
apenas meu vazio
profundo
pacífico
e ilusório

Resta apenas a estrada:
a canção
o pó
e o verso.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bonito, vez por outra me inspiro em tuas linhas. Curvas?

Luis Freitas disse...

Um suspiro vivo, ardente e intenso. Como o suor dos amantes.

Unknown disse...

Esta estrada vem
do surreal
do íntimo
do intrínseco

Âmago...

Por que deixar
de caminhar por ela?

Ela sempre volta
ao Início!