26 outubro, 2018

SEMEADURA


A solidão tranquila da primeira lágrima
nascente de torrentes infinitas 
surge na face do poeta 
após longo período de estiagem 

Agradece com alegria a chuva 
e se joga em forma de semente 
na espera da germinação 
para o próximo poema

Plantar para colher para plantar
em ciclo infinito 
de prosa poética telúrica

Amar a terra, usar os dedos
sentir a umidade de cada verso
fecundar feliz a página em branco