08 novembro, 2016

DAS SUTILEZAS



Além do amor
a alegria também é subversiva
e te alimenta 
ao invés de te devorar

Mas para além tudo
o amor é
irresistível.

11 outubro, 2016

Para Sempre



Para o nosso mundo
Pára o mundo: nosso!
Até o dia em que seremos
Para o mundo
NÓS
E sós
Para Sempre

14 setembro, 2016

DESEJO



Enquanto ela borda
eu ouço as estrelas:
também todas se tecem. 
Também nós desenhamos 
no céu, a vida. 

Enquanto bordas
enquanto estrelas
enquanto vivas!

*para o dia de teus anos, minha filha. Feliz Aniversário!

12 setembro, 2016

Das Vontades (Utouchable)




De dividir
tudo contigo

De te incluir
em todas as minhas orações

De te despir
lentamente, ao som de Antonio Carlos Jobim

De te dizer palavras
todas, em desordem de tamanho, numero e grau

De te deitar entre meus seios
como camafeu, adornando o invólucro do meu coração

De te conservar
inteiro, intacto, instante, in versus

De te ser
amor, apenas.



06 setembro, 2016

Entre Pausas *ALERTA: Esse poema contém uma trilha sonora



E se o amor for desmemoriado?
Estaremos sempre buscando o caminho de casa,
adivinhando feijões deixados pelo caminho,
no eterno retorno-busca-processo...
Contando as pedras, as perdas, as bundas
Gozando as palavras
Seguindo sorrisos
Conservando
os sentidos
os abraços
os afetos
as horas
sempre as horas, Leonard.


TRILHA SONORA:
https://youtu.be/bivzkH4g1ao

28 agosto, 2016

Manifesto Latente



O poetas, os poetas mesmo
aqueles de atar no coração
eles roubam os outros poetas
e roubam das outras histórias
e roubam até de si mesmos
loucos, sábios e vorazes
sabem que pra esse tipo de pecado
o perdão já vem na gênese
que com amor e com palavra
nada é tão pecado assim
se até os beijos podem ser roubados
o que se dirá da palavra
Poetas do mundo:
Uní-vossas línguas!


09 agosto, 2016




O rosto molhado
Denuncia o mistério
Lágrima ou suor
Não se sabe

O coração avisa:
Deixa cair
Virar semente
Fecundar a terra

Nas mãos do poeta
Destilar a dor
Tudo brota
Vira palavra: labor

07 abril, 2016

RECORTE



a língua mansa
avança
sem pedir licença
cada palavra
da cobra
o bote
meu recato
não resiste
teu decote
pula na nuvem
lambe o céu
roça o paraíso
a língua 
viva



04 abril, 2016

PE(r)DIDO



Pudesse
Deixava ser posse
Deixava o meu fosso
Deixava de ser

Na posse, não posso
Pedido bandido
Banhado em silêncio
No amanhecer

Como não bastasse
Não fosse o destino
Pudesse, menino
Amava você!