quando você podia ser tudo
resolveu ser um nada
e agora quer ocupar o espaço...
todo o tempo pedido é perdido
mas nem todo o resto do tempo é perdoado.
20 setembro, 2009
08 setembro, 2009
Da primeira vez que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois, de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
E hoje, dos meu cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada
Arde um toco de vela, amarelada...
Como o único bem que me ficou!
Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada!
Ah! Desta mão avaramente adunca
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!
Aves da Noite! Asas do Horror! Voejai!
Que a luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca!
(Mário Quintana - A Rua dos Cataventos)
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois, de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
E hoje, dos meu cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada
Arde um toco de vela, amarelada...
Como o único bem que me ficou!
Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada!
Ah! Desta mão avaramente adunca
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!
Aves da Noite! Asas do Horror! Voejai!
Que a luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca!
(Mário Quintana - A Rua dos Cataventos)
18 agosto, 2009
sobre o amor
29 julho, 2009
Sobre o não-amor

Só o que não cabe no amor é o cego egoísmo pragmático dessas almas carentes de sensibilidade. Essa altivez pérfida corrompe o que há de belo, destrói qualquer pretensão de amor, e ainda faz de tudo para provar que o amor não existe, é um carrasco que se enreda nas próprias correntes.
É um golpe estúpido.
Quem ama abandona-se no outro, pelo outro e para o outro.
O egoísmo é a ferrugem no leito dos amantes.
É um golpe estúpido.
Quem ama abandona-se no outro, pelo outro e para o outro.
O egoísmo é a ferrugem no leito dos amantes.
07 julho, 2009
Lady Sometimes

Às vezes é preciso ficar longe
sem mudança ou viagem,
apenas ficar olhando de fora
observando os passos e os jeitos
Às vezes é preciso evadir-se do corpo
Sair por andar, sem corpo
Deixar só a alma em atendimento
Para a recuperação do flagelo
sem mudança ou viagem,
apenas ficar olhando de fora
observando os passos e os jeitos
Às vezes é preciso evadir-se do corpo
Sair por andar, sem corpo
Deixar só a alma em atendimento
Para a recuperação do flagelo
Às vezes é preciso tempo de silêncio
Dormência nos ouvidos,
Os lábios vagabundos
Analgesia de sentidos
É preciso descansar
Dormência nos ouvidos,
Os lábios vagabundos
Analgesia de sentidos
É preciso descansar
e fechar-se para balanço.
18 março, 2009
antes do dia nascer

Dessa estrada carrego apenas a palavra
ouvida e sentida, com o revés do tempo
deixo as mágoas e as mágicas
as pedras e as pérolas
amores, humores e o que mais pesar
Dessa estrada, nada quero em meus ombros
apenas o peso do sol
rasgando minhas costas
nuas de arrependimento
seca é a lágrima
muito sal no pensamento
Dessa etrada nada resta
apenas meu vazio
profundo
pacífico
e ilusório
Resta apenas a estrada:
a canção
o pó
e o verso.
ouvida e sentida, com o revés do tempo
deixo as mágoas e as mágicas
as pedras e as pérolas
amores, humores e o que mais pesar
Dessa estrada, nada quero em meus ombros
apenas o peso do sol
rasgando minhas costas
nuas de arrependimento
seca é a lágrima
muito sal no pensamento
Dessa etrada nada resta
apenas meu vazio
profundo
pacífico
e ilusório
Resta apenas a estrada:
a canção
o pó
e o verso.
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